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Diogo d’Avila

Percurso profissional

Diogo Eduardo Borges d’Almeida d’Avila nasceu em Lisboa a 13 de Outubro de 1891. Tendo concluído o liceu no antigo Liceu da Lapa, recusou-se a entrar na Universidade. Seu pai, ao tempo Director da Companhia de Seguros Probidade, descontente com a opção, não lhe proporcionou outro lugar que não o de praticante na Companhia que liderava. Mas Diogo d’Avila em breve angariou uma sólida carteira de seguros que lhe permitiu criar a sua primeira empresa, em 1919. Teve como sócio Filipe Moreira, seu cunhado, dedicando-lhe todo o tempo disponível, para além do seu trabalho na Seguradora TAGUS,  convite que aceitara cerca de um ano depois da entrada na Probidade. Haveria de participar mais tarde, como sócio, na Samaral, Lda., onde trabalhava Filipe Moreira.

Por sua iniciativa a Samaral, juntamente com outros sócios, funda a Companhia Comercial de Máquinas, Lda. Nesta nova empresa, da qual se fez igualmente sócio, criou uma secção de cobertura têxtil de condutores eléctricos, os quais, importados da Bélgica, traziam somente uma simples bainha de borracha. Foi assim por sua mão e espírito empreendedor, que se deram os primeiros passos em Portugal para a que viria a ser a Indústria dos Condutores Eléctricos, de energia e telecomunicações.

Mas a Grande Guerra de 1914-1918 precipita a venda da sociedade e o seu capital passa integralmente para as mãos de um novo investidor. Diogo d’Avila, como os restantes sócios, abandona a empresa, perdendo todos os capitais nela investidos. No entanto, conhecendo da importância que viria a ter a electricidade, compra as máquinas da secção que criara na Companhia Comercial de Máquinas.

Em 23 de Setembro de 1923, numa antiga capela retirada ao culto, propriedade de sua mulher, iniciou a sua carreira de industrial, desta vez em nome individual, que lhe havia de trazer o justo título de pioneiro na Indústria de Cabos Eléctricos, a Fábrica de Condutores Eléctricos Diogo d’Avila. Em 1944 viria a transformar-se em sociedade por quotas, integrando nela seus filhos Manuel Diogo e Jorge Manuel. Estava criada a primeira empresa de condutores electricos, a maior, a mais prestigiada no seu sector.

Faleceu a 12 de Agosto de 1962, vítima de enfarte.

Personalidade ecléctica

Quem pretendesse traçar o perfil de Diogo d’Avila, atentando unicamente à sua carreira profissional, não poderia senão conceber a caricatura do homem tenaz, manso e brejeiro, republicano convicto que era. Na verdade foi também membro do Clube Naval de Lisboa, conquistando vários troféus no remo e na vela e jogador de ténis e futebol. Na guerra de 1914-1918 foi mobilizado para a Marinha, apesar de ter cumprido o serviço militar na arma de Artilharia.Tinha uma bela voz de tenor e integrou por várias vezes o elenco da Ópera de S. Carlos. De grande verticalidade, recusou receber a Comenda de Mérito Industrial que Américo Thomaz, seu companheiro de Liceu, lhe concedeu. Repetiu baixinho: “não me compram barato…” referindo-se à luta jurídica que a sua empresa travara durante anos, tendo como principal advogado o Dr. Adelino da Palma Carlos, na defesa do alvará que, apesar de concedido, fora desvirtuado pela concessão de exclusividade no fabrico de cabos armados por mais de 10 anos a uma empresa concorrente, nascida entretanto e que não possuía , maquinaria nem alvará…

CEL CAT

 


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